Eu acordei me perguntando das
cores. Eu nunca mais vi as cores do mesmo jeito. É como se eu tivesse acordado
pela primeira vez depois de longos meses dormindo, como se eu tivesse perdido
muita coisa. Os poetas que nunca mais apareceram aqui, os sons dos músicos de
rua, a coragem e desprendimento contagiante de todos os artistas que eu
costumava ver nas ruas.... Onde eles se meteram? E onde estão todas as coisas
que eu gostava de fazer? As que me relaxavam, que me empolgavam, que me
elevavam... O que eu fiz com tudo isso? Eu nunca mais vi as cores do mesmo
jeito. Eu nunca mais me vi.
É assim como as pessoas se sentem as vezes, como se não conhecessem a si mesmos.
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